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domingo, 3 de fevereiro de 2013

De um delírio perigoso.


Eu só queria poder voltar no tempo de vez em sempre.

Mas nossa, os teus olhos poderiam ser a minha razão para viver.
Ainda suspeito de terem sido feitos por pedaços de arco-íris e pó de estrela, pois sua cor indefinível e seu brilho, nossa, eram insuperáveis.
De um delírio perigoso.
Parecia que era preciso desvendá-los.
Parecia possível mergulhar dentro daquele imenso mar azul – talvez às vezes verde, eu não sabia – e nadar, mergulhar a fundo pra desvendá-los, pra te desvendar.
Pra mim, teus olhos não eram somente a oitava maravilha do mundo, como poderiam substituir facilmente à primeira, fosse, qual fosse.
Teus olhos deixavam saudade, admito.
Agradecia aos céus, nos dias em que eu conseguia me lembrar claramente deles, dos dias que eu pude vê-los nos meus – poucas vezes, infelizmente.
Lembrava daqueles olhos que ficavam pequeninhos quando você sorria.
Nossa, que saudade me dá lembrar-se dos seus olhos.
Tão claros; só lamento por não ter tido a chance de me ver refletida neles.
Nossa, seria um sonho.
Olhos tão… meus.
E a tua voz…
Lembro que, ao te ver, antes de tê-la escutado de perto, eu tentava imaginá-la, mas nunca acertei.
Voz linda, voz de quem é lindo.
Voz viciante.
Poderia gravá-la e pôr pra escutar.
Imagine só poder pôr os fones de ouvido, no volume máximo, e o som que me faria desligar do mundo, seria a sua voz.
A sua voz.
Um sonho foi quando pude ouvir de perto tu falando meu nome.
Nossa, pensei em morrer, mas vivi, queria poder dar um replay nisso aí.
Sua voz, sua risada, seu sorriso.
Nossa.
Queria tudo pra mim.
Seu cabelo, sua letra torta.
Nossa.
Tantas opções pra presentes de aniversário.
Tantos sonhos impossíveis de se ganhar.
No pouco tempo que te conheci, nesse pequeno espaço de vida…
Eu queria tanto poder ter ouvido sua voz sussurrada no meu ouvido.
Queria poder ter ouvido tua risada por algo que eu disse.
Queria poder ter visto teu sorriso olhando pra mim, teus olhos nos meus.
Queria poder ter me visto em teus olhos.
Queria ter passado as mãos no teu cabelo.
Queria ter te feito um cafuné, te feito dormir num filme chato no cinema…
Nossa…
Queria ter pegado na sua mão, te abraçado, recebido um beijo na bochecha, que fosse.
Queria ter te tido só um pouquinho.
Imagina só.
Poderíamos ter sido mais felizes com um na vida do outro.
E quem sabe, se na biblioteca, sob um dos sete livros Harry Potter, nos beijaríamos, com rapidez sem que a bibliotecária visse.
E quem sabe, numa dessas festas em fim de semana, numa troca de olhares, a gente percebesse que poderíamos ser um pouco amigos, um pouco irmãos, um pouco mais.
Eu só queria poder voltar no tempo de vez em sempre.
Mudar algumas coisas no futuro…
Fazer acontecer.
Nossa, mas se algum dia, eu passar uma noite sob estrelas do teu lado, é sério, não tenha dúvidas: serei a pessoa mais feliz desse mundo.



Um comentário:

  1. No voy a morir de amor aunque me duela no verte!
    “…Mas se eu tivesse ficado, teria sido diferente?

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