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quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Como pode o aroma do verão...


SONETO LXV



Se a morte predomina na bravura do bronze, pedra, terra e imenso mar.
Pode sobreviver a formosura, tendo da flor a força a devastar?
Como pode o aroma do verão deter o forte assédio destes dias...
Se portas de aço e duras rochas não podem vencer do Tempo a tirania?
Onde ocultar - meditação atroz -
O ouro que o Tempo quer em sua arca?
Que mão pode deter seu pé veloz.
Ou que beleza o Tempo não demarca?
Nenhuma! 
A menos que este meu amor em negra tinta guarde o seu fulgor.

William Shakespeare

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